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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Vergonha de Ilhabela

Publicamos as fotos no link abaixo da sujeira do mar (domingo dia 28/11/2010) que conforme remetente abaixo identificada, deve ter sido proveniente dos navios (limpeza!).
A sujeira era fétida misturada com produtos químicos (detergentes, pois estava espumando!).
A remente ainda diz “Me senti em pleno Rio Tietê!!! Uma judiação. A sujeira perdurou das 10hs até às 17hs...sem parar essa nata nojenta no mar...e a minha tartaruga nadando no meio dessa lama, uma raia saltando...”

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Baleias, portos, filas, futuro?!

            No feriado de 7 de setembro fui com minha família para a praia de Ibiraquera, em Santa Catarina, ver as baleias franca, que nesta época escolhem estas águas, para se reproduzirem. Um espetáculo maravilhoso que recomendo a qualquer um.
            Além das baleias, acabei me deparando com outro fato que me deixou muito triste. Para quem vai a Ibiraquera e aprecia o mar da praia, nota-se ao fundo um porto, localizado na cidade de Imbituba. Estão todos na mesma baía e acreditem se quiser, dentro da área de proteção das baleias francas! Acreditem, um porto, dentro da área de proteção das baleias que viajam o mundo todo e escolheram aqui para se reproduzirem fugindo de seu predador natural, as orcas. Os navios desfilam ao fundo desta paisagem rumo ao porto. Algum deles até se arriscam a chegar mais perto para apreciar o espetáculo, ignorando o fato que o ruído dos seus motores causa confusão nestes animais desorientando-os!
            Bom mas esta é apenas uma parte da história. Fomos até Imbituba, onde está o porto, para participar do passeio de observação das baleias. O porto de Imbituba é pequeno, assim como o de São Sebastião e está em expansão. Um paredão imenso está sendo construído mar adentro para proteger o porto das marés. A praia da baía aonde o porto se encontra é povoada por pescadores. Um pequeno pátio com contêineres velhos compõem o resto desta paisagem. Por toda parte pude observar restos de tudo que pode ser deixado para trás como um grande depósito de lixo. Restos de navios que outrora encalharam, restos de máquinas e ferros retorcidos, vizinhança pobre.
            A região a volta do porto é ampla. Avenidas largas com pistas duplas nos dois sentidos. Tudo bastante espaçoso, pois a cidade de Imbituba é uma cidade meio parada, meio sem vida. Não pude deixar de notar o fantasma que começa a assombrar nossa região em São Paulo.
            Caminhões em fila, encostados nestas avenidas, ocupando metade da pista, à espera da sua vez de descarregarem. O porto é pequeno e possui hoje, acredito que, apenas 2 berços de atracação e contei mais de 15 a 20 caminhões estacionados nas ruas desta cidade ampla e espaçosa. Dois berços para 15 a 20 caminhões na espera. Podem começar a fazer conta e transferir esta realidade para a qual querem transformar aqui em São Sebastião.
            A Estrada que liga Imbituba a Florianópolis é outra história. Semelhante a Tamoios, a BR 101, neste trecho, tem em grande parte, duas pistas. Uma vai e a outra vem. Está a anos sendo duplicada, mas, não termina nunca! Trechos em obras e inúmeras pontes que nem iniciaram a construção. O transito de caminhões é ininterrupto durante a semana, sábado, domingo e feriados. Alguns feriados leva-se 8 horas para percorrer um trecho de 80 km!
            Imbituba é um porto privado e sua maior vocação é a exportação de carnes, óleo dentre outros. Está em expansão dentro de uma APA marinha em uma cidade que já mostra sinais de deterioração e com uma estrada que mal da conta do tráfego que já existe…
            Até quando a falta de boa vontade e respeito para um bem mútuo tem que ser conseguido depois de muita briga?
            Coitados daqueles que não tem como reclamar. O que será de nós aqui em São Sebastião e Ilhabela?
Denise Hajjar é presidente da Associação dos amigos e velejadores da praia da Armação e Ponta das Canas, de Ilhabela.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Gravidez na adolescência: Uma história real

            Me chamo B.C.A., tenho 16 anos, moro com meus pais, tenho 3 irmãos, meu pai trabalha muito, pouco o vejo, minha mãe fica em casa, é bem presente na minha vida, mas ela é chata, pega muito no meu pé. Quando fiz 14 anos, achava ter ganho minha liberdade, pensava que eu pudesse fazer o que quisesse, e sendo mais velha, com aquele sangue jovem transbordando de hormônios, a mil, ninguém mais ia me encher o saco.
            E assim foi, tinha minha turminha, que quando nos juntávamos éramos invencíveis, íamos a festas, paquerá-vamos, ficava com uns carinhas, era muito legal. Estudo? Que nada, a gente matava aula direto; enfim, adorava essa vida onde eu vivia só pra mim.
            Até que um belo dia, fiquei com um carinha que eu adorei, rolou um super clima, foi um lance muito legal, de nós dois. E aí começou a rolar de tudo, a paixão bateu, era uma loucura, só queria estar com ele; e como minha mãe nunca me ensinou como fazer direito as coisas, ou até me ensinou, mas nem escutei de tanto que ela me enchia o saco, eu segui só a minha vontade de namorar, e muito; fazia uma tabelinha que minha amiga usa e dá certo, pra não engravidar. Achava que minha vida era um arco-íris, como se cada atitude não tivesse uma consequência, e ai é claro, engravidei.
            A primeira pessoa com quem fui falar foi com o meu amor, ele ficou sentido, disse que iríamos passar por essa juntos, mas depois deste dia nunca mais foi a mesma coisa, e ele seguiu a vida dele, como se nada estivesse crescendo dentro de mim.
            Me afastei da escola, e pensava: -“se pudesse voltar no tempo, como eu gostaria de me dedicar aos estudos”; me afastei das minhas amigas, porque eu, grávida, não era mais a mesma; ah se pudesse voltar no tempo, eu teria aproveitado melhor minha liberdade, era só ter usado um pouco a cabeça, era simples, era só eu ter ido a um postinho de saúde, marcado uma consulta grátis com um ginecologista, e ninguém ficaria sabendo que eu tinha ido, assim o postinho perto de casa me daria a pílula certa pra eu tomar, e eu tomaria direitinho, igual o médico teria me ensinado;
            Agora, se eu pudesse gritar: SOCORRO, EU NÃO QUERO SER MÃE, QUERO SER UMA JOVEM, LIVRE, COM ESTUDOS A COMPLETAR, COM GAROTOS PRA PAQUERAR, COM AMIGAS PRA SAIR.  E não ter que aceitar qualquer emprego que surgir, e ter que cuidar de um filho lindo que tem orgulho de ser meu.
Esta é uma história fictícia que se parece com muitas histórias verdadeiras, enviada por Luciana Kern, fisioterapeuta moradora de Ilhabela, sobre o problema da gravidez indesejada na adolescência.

terça-feira, 1 de junho de 2010

“Não se pode defender o que não se ama e não se pode amar o que não se conhece”

                 Esta frase sintetiza muito do que penso e que me motivou a lutar por Ilhabela com unhas e dentes, coisa que venho fazendo, de diferentes formas, há mais de 30 anos, simplesmente porque acho que devo retribuir a esta ilha, que me parece tão minha, o muito que ela e seu povo generosamente já me proporcionaram.
      Esta frase está num folheto ao qual tive acesso numa das muitas reuniões que acontecem no Instituto Ilhabela Sustentável, no qual me engajei e onde, não só descobri que existem pessoas que lutam como eu, tendo como único objetivo a melhoria da nossa cidade e a preservação deste paraíso, como também pude contar com novos companheiros nesta luta.
            Nós que fazemos parte do Movimento Nossa Ilha Mais Bela, queremos que a nossa cidade se torne cada dia mais bela, melhor e mais aconchegante, que ela se desenvolva com sustentabilidade, que as nossas belezas naturais sejam preservadas para que nós, que vivemos aqui, nossos filhos e netos, possamos ser mais felizes, gratificados e realizados.
            Não é pedir muito, pois já temos demais. Só não queremos que isto se acabe e por isso lutamos. Não queremos nada e não esperamos obter com o nosso trabalho qualquer benefício pessoal. Lutamos e defendemos Ilhabela, porque a amamos e, passamos a amá-la no momento em que a conhecemos. Este “conhecer” foi se ampliando e se aprimorando, dia após dia e foi construindo em cada um de nós, a certeza de que aqui é o nosso lugar.  Por isso a frase tocou fundo.
            Vocês conhecem alguém que defende algo em que não acredita ou algo que não ama? Logo, podemos afirmar que se defendemos Ilhabela e lutamos por ela é porque a amamos e se a amamos, é porque a conhecemos e sabemos de tudo o que ela é capaz de nos proporcionar, como levantar às manhãs e poder agradecer pelo verde que nos cerca, circular pela cidade livremente sem medo de assalto, ter tempo para os amigos, trabalhar sem percalços e, ainda assim ser produtivo, ir à praia, a uma cachoeira, fazer uma trilha sempre que der na telha, olhar e só ver maravilhas, ver o pôr do sol multicolorido, apreciar o silêncio, só quebrado pelo canto dos passarinhos e pelos gritinhos das maritacas, conviver com seu povo, aprender e dar muitas risadas com suas histórias, viver com simplicidade e sentir que é rei e que este reinado é nosso, e se situa exatamente na nossa Ilhabela.
            É pouco, ou já temos demais? É possível conhecer e viver tudo isso e não amar Ilhabela? É possível amar Ilhabela e não lutar para que ela proporcione a outras pessoas tudo o que nos proporciona ou já nos proporcionou?

por Vera Lúcia Alvarenga Freire, membro do movimento Nossa Ilha Mais Bela

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Carta à Petrobrás: derramaento de óleo no Canal de São Sebastião, ocorrido próximo ao dia 01 de maio

Prezados senhores,
Estava velejando com minha família neste último sábado, 1 de maio, no canal de São Sebastião, mais precisamente na altura do Yatch Club de Ilhabela e para minha triste surpresa nos deparamos com uma enorme mancha de óleo com cheiro muito forte.
Embora vossa embarcação de emergências já estivesse em operação de limpeza, gostaria de saber a origem deste vazamento, a extensão e se já foi contido o óleo derramado.
Sentimos uma grande melhoria em nossa comunidade nestas últimas duas semanas em que tivemos o privilegio de não sofrer os incômodos de ter os navios ancorados na ponta NORTE do canal, estávamos com uma sensação de gratidão à Petrobrás mas que se desfez com este vazamento ...
Podemos sonhar com uma relação harmoniosa??"
Atenciosamente,
Luca Pascolato.